Eventos devem reunir produtores, empresas e visitantes em mais de 40 municípios; setor aposta em recuperação e novos investimentos após safra desafiadora
Com a chegada do mês de junho, o Tocantins dá início à sua tradicional temporada de feiras agropecuárias, uma das mais importantes do calendário econômico e rural do estado. As exposições, que ocorrem até setembro, reúnem produtores rurais, empresas de insumos, instituições financeiras, entidades sindicais e milhares de visitantes em uma grande vitrine de negócios, turismo e inovação no campo.
Ao menos 44 municípios devem sediar eventos neste ano, com destaque para Araguaína, Gurupi, Paraíso, Porto Nacional, Dianópolis e Palmas. A expectativa do setor é positiva, mesmo após uma safra marcada por estiagem e custos elevados de produção.
“As feiras são um ponto de encontro entre quem produz e quem investe. São espaços que geram renda, movimentam o comércio e fortalecem a imagem do agro tocantinense dentro e fora do estado”, afirma Rogério Silva, especialista em desenvolvimento rural e organizador de feiras agropecuárias no estado.
Segundo ele, a temporada de 2024 resultou em um volume de negócios superior a R$ 800 milhões e a meta deste ano é superar esse número com novas parcerias e avanço da digitalização no setor.
De vaquejadas a linhas de crédito: o campo em movimento
A programação inclui exposições de gado, leilões presenciais e virtuais, concursos leiteiros, provas equestres, palestras técnicas, shows sertanejos, torneios de laço e vaquejadas — atividades que, além de atrair público, contribuem para o fortalecimento das cadeias produtivas locais. Também são esperados anúncios de novas linhas de crédito rural, inovações em irrigação, mecanização e agricultura de precisão.
Em Gurupi, por exemplo, a ExpoGurupi será realizada entre 15 e 23 de junho e deve atrair mais de 50 mil visitantes. Já em Araguaína, a Expoara inicia em julho com uma grade diversificada e presença de grandes marcas do agro nacional. Além disso, cooperativas e bancos públicos, como o Banco do Brasil e o Banco da Amazônia, preparam condições especiais para produtores que pretendem investir em tecnologia e infraestrutura.
“O campo precisa estar conectado à inovação, e as feiras são um ambiente estratégico para essa atualização. É ali que o produtor a crédito, conhece soluções e fecha negócios que vão impactar o ciclo produtivo seguinte”, destaca Rogério Silva.
Turismo e geração de renda
O impacto das feiras vai além da porteira. Em cidades-polo, hotéis, restaurantes, postos de combustíveis, transportadoras, fornecedores de alimentos e empresas de eventos registram aumento significativo no faturamento durante os dias de exposição.
Na avaliação da Secretaria de Turismo do Tocantins, a temporada agropecuária representa uma das maiores movimentações econômicas do interior do estado. “As feiras ajudam a integrar o turismo rural com a cultura e a gastronomia tocantinense. São eventos que geram emprego, visibilidade e desenvolvimento”, afirma nota da pasta.
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