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Cresce alerta sobre impactos da Inteligência Artificial na saúde mental de crianças e adolescentes no Tocantins

Especialistas apontam aumento de quadros de ansiedade, depressão e déficit de atenção; recomendação é reforço na educação digital e supervisão familiar

O avanço da inteligência artificial no cotidiano de crianças e adolescentes tem acendido um sinal de alerta entre profissionais da saúde, educadores e entidades de proteção à infância no Tocantins e em todo o Brasil. De acordo com especialistas do Conselho Federal de Psicologia e da Sociedade Brasileira de Pediatria, o uso excessivo de plataformas digitais que utilizam IA para personalizar conteúdos está diretamente associado ao crescimento de casos de ansiedade, depressão e transtornos de déficit de atenção entre o público infantojuvenil.

A preocupação se estende a escolas, profissionais da psicologia e da pediatria, que relatam uma demanda crescente por atendimentos relacionados a quadros de sobrecarga emocional, distúrbios de sono e isolamento social.

Como a IA impacta o desenvolvimento

O alerta não se refere apenas ao tempo de tela, mas especialmente à lógica dos algoritmos que, baseados em inteligência artificial, capturam padrões de comportamento e oferecem conteúdos cada vez mais direcionados, criando ciclos de hiperestimulação cognitiva.

O cérebro de crianças e adolescentes ainda está em formação. A exposição contínua a sistemas que reforçam dopamina — como algoritmos que oferecem vídeos infinitos, desafios ou interações constantes — contribui para o esgotamento mental e para dificuldades no desenvolvimento socioemocional”, explica a psicóloga clínica Ana Luiza Monteiro, especialista em comportamento infantojuvenil.

O mesmo alerta é reforçado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, que publicou recentemente uma nota técnica destacando que a IA, ao potencializar a personalização de conteúdos, aumenta o risco de dependência digital, prejuízo no desenvolvimento da atenção e alterações emocionais.

Tocantins já sente os reflexos

De acordo com profissionais ouvidos pelo Diário Tocantinense, municípios de todas as regiões do estado — como Palmas, Araguaína, Gurupi, Porto Nacional e Colinas do Tocantins — já registram aumento na procura por atendimentos psicológicos voltados a crianças e adolescentes com quadros relacionados ao uso excessivo de tecnologia.

Atendemos, semanalmente, crianças de 8, 10, 12 anos com crises de ansiedade, dificuldade de foco, distúrbios de sono e baixa socialização. É uma demanda que cresce nitidamente desde o avanço das ferramentas baseadas em IA, especialmente nos últimos dois anos”, relata a psicóloga infantil Juliana Torres, que atua em Porto Nacional.

O que recomendam os especialistas

A orientação das entidades é clara: uso supervisionado, educação digital desde a infância e regulamentação mais robusta sobre o funcionamento de plataformas digitais voltadas ao público infantojuvenil. Entre as principais recomendações estão:

  • Limitação do tempo de tela diário, especialmente para menores de 12 anos.

  • Supervisão ativa dos conteúdos ados, incluindo redes sociais, jogos e aplicativos que utilizam IA.

  • Estímulo à convivência presencial, atividades físicas e interações offline.

  • Educação digital nas escolas, abordando não apenas habilidades tecnológicas, mas também os impactos emocionais e cognitivos.

  • Implementação de políticas públicas locais que orientem famílias e escolas no enfrentamento dos efeitos nocivos da hiperconectividade.

Desafio para os municípios tocantinenses

No Tocantins, poucos municípios possuem atualmente políticas estruturadas de educação digital e prevenção aos impactos da hiperconectividade infantil. Segundo especialistas, é urgente que gestões municipais, especialmente nas áreas de educação e saúde, avancem na criação de programas intersetoriais que envolvam escolas, famílias, profissionais de saúde e assistência social.

Se não houver intervenção imediata, estaremos formando uma geração com sérios prejuízos na saúde mental, na capacidade de concentração, na empatia e na construção de relações sociais saudáveis. É um problema de saúde pública já instalado, alerta o pediatra e consultor em desenvolvimento infantil Roberto Mendonça, da Sociedade Brasileira de Pediatria

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