Sua notícia diária em primeia mão!
sexta-feira 13, junho, 2025
Sua notícia diária em Primeira mão!
sexta-feira 13, junho, 2025
Desde Março de 2018

-

spot_img

Preocupações com infraestrutura da COP-30 acendem alerta ambiental: risco de desgaste internacional e retrocesso na agenda climática

Ambientalistas e especialistas veem na dificuldade de estruturar Belém para o evento uma ameaça à imagem do Brasil e à liderança na pauta ambiental global

A menos de um ano da realização da COP-30, prevista para novembro de 2025, em Belém (PA), cresce a apreensão entre representantes da comunidade ambiental, da diplomacia internacional e do setor científico sobre as condições logísticas e estruturais da cidade-sede.

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revela que delegações estrangeiras expressaram preocupação com a capacidade do Brasil de oferecer infraestrutura adequada para o maior evento climático do mundo. Nos bastidores, há inclusive países avaliando reduzir o tamanho de suas comitivas ou até repensar a participação caso não haja uma resposta concreta nas próximas semanas.

Ambientalistas soam o alarme: ‘É mais que logística, é credibilidade ambiental’

Para ambientalistas e pesquisadores, o problema não se resume à capacidade operacional do evento, mas sim à credibilidade internacional do Brasil na liderança climática global.

“Se o país não consegue garantir um ambiente minimamente estruturado para receber os líderes que vão discutir a crise climática, o que o mundo pode esperar da sua capacidade de proteger a Amazônia e implementar acordos de preservação? Isso não é apenas sobre hotéis, é sobre a coerência entre discurso e prática”, afirma uma fonte ligada à comunidade científica da Amazônia.

A avaliação entre especialistas é unânime: o fracasso em entregar uma COP funcional seria devastador para a imagem do Brasil e um retrocesso na luta por financiamento internacional para preservação ambiental.

Desafios logísticos vão além da cidade-sede

As preocupações não se restringem a Belém. Especialistas alertam que a logística de o ao Norte do Brasil, a capacidade limitada do transporte aéreo internacional, a fragilidade dos sistemas de saneamento, energia e internet, além da infraestrutura hoteleira muito aquém da demanda, são gargalos que, se não forem solucionados rapidamente, podem comprometer o sucesso do evento.

“Uma COP não é apenas um evento diplomático, é uma operação logística comparável aos Jogos Olímpicos ou a uma cúpula do G20. Estamos falando de receber mais de 60 mil pessoas, incluindo chefes de Estado, pesquisadores, investidores, negociadores e representantes da sociedade civil. Isso exige uma infraestrutura que hoje não existe na cidade”, alerta um especialista em mudanças climáticas ouvido pela reportagem.

Risco de esvaziamento das negociações

Nos bastidores, diplomatas ligados às negociações internacionais apontam que, sem avanços imediatos, o risco não é apenas simbólico. O temor é que um evento desorganizado gere esvaziamento nas negociações, impactando diretamente os acordos de financiamento climático, proteção dos biomas e mecanismos de compensação por emissões.

“O Brasil pleiteou sediar a COP na Amazônia para mostrar protagonismo. Se não conseguir entregar um evento à altura, perde autoridade para cobrar compromissos de outros países. É simples assim”, resume um ambientalista que acompanha as tratativas da conferência.

A responsabilidade é coletiva — mas a cobrança recai sobre o Brasil

Para analistas, o cenário exige ação emergencial e coordenada. A avaliação é que, se necessário, o governo brasileiro deverá buscar apoio técnico, financeiro e logístico internacional para garantir que a COP-30 não se transforme em um fracasso diplomático.

“O mundo não quer apenas discursos bonitos sobre floresta em pé. Quer ver capacidade, entrega e governança. Se não resolvermos isso, a credibilidade do Brasil como líder climático vai por água abaixo — e com ela, a chance de garantir investimentos bilionários em preservação e desenvolvimento sustentável para a Amazônia”, alerta um especialista em política ambiental.

Um risco real de retrocesso ambiental e diplomático

A menos de um ano da abertura da COP-30, o Brasil enfrenta mais do que um desafio operacional. Está diante de uma batalha para preservar sua posição como ator relevante no debate climático global. Fracassar na organização significa, para ambientalistas e cientistas, comprometer não apenas um evento, mas uma década de avanços na diplomacia ambiental e na luta pela proteção da Amazônia.

Link para compartilhar:

Últimas noticias

OPINIÃO | Odete Roitman não morreu: ela se adaptou ao novo tipo de poder

Odete Roitman continua viva. Não só nas reprises da televisão ou nos memes que circulam a cada escândalo político...

Mauro Cid é preso novamente após depoimentos que ligam Bolsonaro a plano de golpe

Ex-ajudante de ordens do ex-presidente é acusado de obstrução de justiça e violação de medidas cautelares. STF trata Cid...

TCE rejeita contas de 2021 do prefeito de Colinas do Tocantins por irregularidades em previdência, educação e gastos com pessoal

📝 Por Ricardo Fernandes | Diário Tocantinense -O Tribunal de Contas do Estado do Tocantins (TCE-TO) rejeitou as contas...

Brasil registra pela primeira vez descoberta própria de chuva de meteoros

Confirmada em 12 de junho, Epsilon Gruids (EGR) marca entrada oficial da ciência nacional no mapa internacional da astronomia...
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_img

Ex-ministro de Bolsonaro, Gilson Machado é preso pela Polícia Federal em nova fase da Operação Lava Jato

Prisão ocorre em desdobramento da investigação sobre desvio de recursos públicos; defesa ainda não se manifestou oficialmente 📝 Por Ricardo...

Últimas vontades médicas: um direito garantido à sua autonomia

Em tempos de avanços da medicina, mas também de dilemas éticos, um documento tem ganhado cada vez mais relevância...
spot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img