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Aumento de impostos proposto por Lula preocupa o agronegócio e divide bancada do Tocantins

União Brasil e PP lideram reação contra proposta de elevação de tributos sobre crédito e investimentos. Agronegócio teme retração e deputados do Tocantins se posicionam contra medida

O anúncio de novas medidas para elevar a arrecadação federal — entre elas o fim da isenção de tributos sobre Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), Imobiliário (LCIs) e aumento de alíquotas de IOF — provocou reação imediata no Congresso Nacional e causou preocupação em setores estratégicos do Tocantins, como o agronegócio. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o União Brasil e o Progressistas (PP) divulgaram notas de repúdio à política fiscal proposta pelo governo Lula e defendem alternativas que não envolvam aumento da carga tributária sobre investimentos produtivos.

No estado, parlamentares como Carlos Gaguim (União Brasil), Eduardo Gomes (PL) e Professora Dorinha (União Brasil) criticaram o impacto direto no bolso dos tocantinenses e nos financiamentos essenciais ao campo.

“A taxação de LCAs compromete o financiamento agrícola, que é a espinha dorsal da nossa economia. O produtor rural será diretamente penalizado”, afirmou Gaguim, que integra a bancada da agropecuária. O senador Eduardo Gomes, por sua vez, afirmou que a proposta “é uma resposta fiscal preguiçosa, que transfere a conta do descontrole do governo para quem produz”.

Dorinha também demonstrou preocupação com os efeitos no consumo: “O aumento do IOF afeta a vida do cidadão comum. Em um estado como o nosso, onde boa parte da população depende do crédito rotativo, isso é gravíssimo.”

AGRONEGÓCIO E CONSUMO NA MIRA

A reação política está alinhada ao temor de entidades do setor produtivo. Para a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins (FAET), a proposta desestimula o investimento no campo e pode agravar o custo dos insumos, da logística e da manutenção da produção em regiões interioranas.

“É uma medida míope e que desconsidera a realidade do agronegócio no Norte do país. O crédito é essencial não só para grandes produtores, mas para pequenos e médios empreendimentos familiares”, afirmou um representante da FAET ouvido pela reportagem.

Economistas regionais alertam para o impacto nos níveis de consumo e na recuperação econômica do estado. Segundo levantamento do economista Carlos Henrique Matos, a elevação de alíquotas pode representar um encarecimento médio de 12% em operações de financiamento ao consumidor, afetando setores como o varejo e a construção civil.

DISPUTA NO CONGRESSO

O governo federal defende a revisão das isenções como forma de elevar a arrecadação diante da meta de déficit zero, mas enfrenta resistências crescentes até mesmo entre aliados. O União Brasil, que possui ministérios no governo Lula, foi um dos primeiros a se posicionar contra.

“Não se pode tapar buraco fiscal penalizando o investimento privado. Isso afeta não apenas bancos, mas também trabalhadores, produtores e investidores de todas as escalas”, disse Elmar Nascimento (União-BA), líder do partido na Câmara.

NO TOCANTINS, APREENSÃO CRESCENTE

No Tocantins, a percepção é de que a medida pode frear avanços em setores que vinham apresentando crescimento. O estado registra uma das menores taxas de desemprego do Norte e, segundo o IBGE, teve incremento na formalização de empregos no campo.

Para o consultor em políticas públicas Emerson Pimenta, a taxação sobre instrumentos de crédito voltados ao agronegócio pode significar “um retrocesso nas estratégias de inclusão financeira e expansão produtiva da região Norte”.

Ele destaca ainda que, sem planejamento de compensações ou incentivos regionais, estados como o Tocantins perdem competitividade: “O agronegócio representa até 40% do PIB estadual. Medidas como essa precisam ser calibradas com cuidado.”

A proposta de aumento tributário acirra os ânimos em Brasília e abre novo flanco de disputa entre o governo e sua base. No Tocantins, onde o campo é protagonista da economia e o o ao crédito é limitado, a repercussão já mobiliza parlamentares, entidades e analistas. Resta ao Planalto decidir se mantém a proposta como está ou se recua diante da pressão política e dos impactos regionais.

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